quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Carta aberta ao governador de Alagoas


Exmo. Sr. Teotônio Vilela Filho,

Cada dia mais se veicula notícia da violência em Alagoas na imprensa nacional e até internacional. Como se já não bastasse sermos destaque em índices de educação precária, de uma alarmante taxa de pobreza e notória desigualdade, também recebemos o título de estado mais violento do Brasil.
Todos sabem que o título não foi recebido por acaso, ele é resultado de uma crescente onda de violência existente no estado, que assusta cada dia mais os seus moradores. Ligando a televisão, conversando com a população, vendo notícias na internet podemos perceber o quanto a violência está presente em nossas vidas. O medo se espalhou, o perigo deixou de ser apenas a capital do estado, Maceió. As cidades do interior têm sofrido muito sem a devida assistência. Longe dos olhos atentos de um governador que deveria agir para sanar o problema, sofrem com um contingente policial cada vez menor relacionado à sua população e com a precariedade dos órgãos de segurança.
Se apoiar nos números do Programa Brasil mais Seguro é ilusório, é tentar esconder uma realidade que não muda. A implantação do projeto ao que parece só agrada aos seus representantes. Realmente, na proposta é um ótimo plano, mas na prática, outra máscara para tentar esconder o que, de fato, acontece em Alagoas. O que vemos são números, diante de tantos homicídios que continuam acontecendo no estado com grande frequência.
Uma peça fundamental para a melhoria do quadro crítico do estado é a polícia, esta que muito tem sido desvalorizada em seu governo. Policiais sofrem com um contingente menor do que o necessário, recebem salários muito baixos, convivem com a falta de estrutura para as necessidades básicas e trabalham insatisfeitos. Quem paga essa conta somos nós, estudantes que precisam ir pra Universidade, é o trabalhador que sai de casa sempre em busca de dias melhores, é o cobrador e motorista de ônibus, que assumem o risco e trabalham incansavelmente apelando para a sorte de ter um dia tranquilo. É o alagoano, povo que clama e espera por paz e dias melhores.
Quantas pessoas mais precisam morrer para que uma atitude séria e comprometida seja feita? Quantos cidadãos terão que pagar com a vida por uma irresponsabilidade de órgãos que têm obrigação de nos defender e simplesmente fingem que o problema tem sido resolvido? Se a sua segurança está te assistindo muito bem, pensa naquele Alagoano que não tem perspectiva e condição alguma, naquele que vive a mercê dos problemas sociais e da violência. Tenta olhar para essas pessoas, que te escolheram para ocupar o cargo que ocupa, com mais preocupação e vontade de mudar essa realidade.
O estado precispromover outras ações parconter a violência. Programas sociais; polícia na rua (satisfeita e preocupada verdadeiramente com a realidade); incentivo a campanhas de desarmamento; investigação de crimes e combate à impunidade, onde os culpados paguem pelos seus erros, independente de classe social; campanhas no combate à droga, que é um problema social, de saúde e segurança pública que intensifica ainda mais a violência, são só algumas das resoluções que feitas verdadeiramente e aliadas à boa vontade, podem melhorar ou até mudar aos poucos o atual quadro.
 Não é uma questão apenas de números, de índices, é uma questão acima de tudo de humanidade e justiça. Alagoas ser considerado o estado mais violento do Brasil é apenas uma consequência e um alerta de que nada vai tão bem quanto sua equipe tem pregado. A violência precisa ser combatida em conjunto com outras políticas públicas. Com cooperação entre União, estado e município. Já estamos cansados de contar os mortos dessa guerra.

16 comentários:

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  3. É revoltante ver que a violência no nosso estado está aumentando cada vez mais e não ver as medidas que seriam necessárias serem tomadas pelo governo de Alagoas. E direito do ser humano ter segurança, mas aqui em Alagoas está ficando absurda a falta de respeito com o cidadão. Concordo plenamente com essa carta em criticar o atual governador de Alagoas por esquecer muitas cidades do interior onde a violência está piorando, e realmente números em relação a nossa realidade só mascara a o real problema que nos Alagoanos enfrentamos. A policia é uma peça fundamental para que se melhore a vida da população, mas na minha a estrutura toda deve ser reformulada, o que não pode continuar é esse descaso com os trabalhadores que pagam seus impostos a troco de nada. Parabéns ao blog ótimo texto.

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  4. Parabenizou os participantes do blog pela maravilhosa carta aberta. Concordo com o conteúdo da carta, mas não na sua íntegra. Uma vez ouvi um comentarista disse que “fazer crítica é fácil, difícil é fazer com que as coisas de que se critica mude”.
    O estado de Alagoas tem um histórico de violência que não é de hoje, ou seja, vem de outros governos, por exemplo: tiroteio na Assembleia Legislativa no dia 13 de setembro de 1957, dia esse que iria ser votado o impeachment do então governador Muniz Falcão; assassinato da deputada federal Ceci Cunha, junto com mais alguns parentes, chacina esta que ficou conhecida com a Chacina da Gruta; assassinato do delegado Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa, só para citar alguns. Esses exemplos foram para mostrar que não é de hoje à situação da violência e que ela não está somente nas periferias.
    O problema da violência no estado de Alagoas perpassa a questão política, é algo que tem que ser em parceria com a população, com a sociedade. Concordo quando a droga é mencionada como um dos fatores que gera violência. Os governos (municipais, estaduais e federal) estão buscando alternativas para conter o avanço das drogas na sociedade, principalmente entre as crianças, jovens e adolescente. Em 2009 o governo estadual, juntamente com a sociedade organizada, realizou um Fórum sobre Drogas para discutirem alternativas para essa questão. Algumas propostas foram aceitas e colocadas em práticas. Mas o cidadão, aquele que está na “ponta da lança”, como está contribuindo para minimizar essa calamidade? Foi acertadamente mencionado na carta aberta que a questão das drogas é uma calamidade pública e como tal tem que ser vista, mas não somente pelo governo, mas por todos. Será que estou tendo uma conversa franca com meus filhos, com meus irmãos sobre os perigos que as drogas causam?
    Não basta somente equipar as polícias, colocar armas novas, viaturas nas ruas, câmeras espalhadas pela cidade se cada um não busca, também, alternativas para contribuir com as ações de combate ao crime. Por fim deixo uma pergunta para ser respondido individualmente: o que estou fazendo para diminuir o índice de violência na minha cidade, no meu estado? Será que fico somente a criticar, mas sem buscar alternativas para essa e outras questões?

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    1. Erick,

      Seu contraponto é muito bom, quando esclarece que o problema das drogas não é só nas esferas governamentais, mas também dentro de cada uma das casas dos alagoanos. Com isso, você acaba concordando com nossa ideia central: drogas não são por si só um agente causador de violência, mas principalmente um problema de saúde pública.

      No entanto, quanto ao histórico da violência em Alagoas, vemos claramente que existem dois tipos básicos dela: a que deriva do nosso conhecido passado patriarcal e assistencialista, onde os donos do poder estavam (e ainda estão) acima da lei, agindo conforme seus interesses - muitas vezes lavando-os com sangue; e um outro modelo, incipiente, que deriva do inchaço desordenado das nossas cidades, mais precisamente Maceió (com seus 1 milhão de habitantes) e Arapiraca. Essa última é a nossa violência urbana de cada dia: o drogadito que rouba uma bolsa ou um celular, os assaltos a ônibus e a mercadinhos, que tem pouca relação com o patriarcalismo, mas principalmente com o acúmulo de más gestões políticas, que não implementaram políticas sociais inclusivas que estão sendo aplicadas no resto do Brasil, aumentando o abismo entre nossos ricos e pobres. Esse problema, a nosso ver, é responsabilidade prioritária do estado, como o agente que tem a "caneta na mão" para fazê-lo.

      É sobre esse tipo de violência que trata nossa carta aberta. Mas seus questionamentos são muito bem vindos, e absolutamente válidos.

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  5. Adorei muito boa a carta. Alagoas sempre foi referencia nacional em índices de mortalidade, violência, educação defasada, violência enfim somos modelo de um estado precário. E com a entrada de Teotônio no governo parece que as coisas só pioraram. A violência cresceu índices assustadores, o numero de assaltos também, a educação continua tão ruim como antes, ou quem sabe até piorou. Como o próprio texto fala ao ligar nossa televisão nos deparamos com noticias absurdas sobre assassinatos que ocorrem com uma desumanidade sem igual, muitas vezes por motivos muitas vezes banais, pessoas revoltada por terem sido assaltadas por diversas vezes. Aonde será que vamos parar, até quando vamos referencia em coisas negativas, como um lugar tão bel o pode ser tão feio ao mesmo tempo. Precisamos que o S.r. governador cumpra todas as suas promessas feitas em tempos de eleição, necessitamos de condições de vida mais dignas chega de desigualdade, viver com medo de sair de casa muitas vezes, queremos uma Alagoas melhor como o senhor nos prometeu.

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  6. Violência é um tema comum e não menos importante que os outros. A situação de Alagoas é realmente entristecedora, muito descaço, pouca iniciativa e muitas vítimas. É decepcionante ver que de tantos títulos, Alagoas carrega o de estado mais violento do país. Concordo que o governo deve apresentar medidas de incentivo, mas acho que não é algo que eles já não tenham pensado e sim algo que eles não propõem em fazer. A população deve lutar e estabelecer o que deve ser feito ao governo, porque nós somos atingidos, nós possuímos a voz e infelizmente somente nós apresentamos uma vontade e uma urgência em mobilização. O governo deve apresentar preocupação, deve entender as necessidades e o estado da população e nós devemos colaborar com a causa de maneira ativa, exigindo medidas, exigindo iniciativas, participando das mesmas e exigindo uma participação com mais vontade e determinação do governo, porque Alagoas precisa mudar, precisa tirar esse título das costas.

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  7. Eu poderia resumir o que tenho a dizer com a seguinte pergunta aos que infelizmente desperdiçaram seu voto: Como se sente entregando Alagoas nas mãos de qualquer um por anos e mais anos?. O fato é que falta. É, fata tudo. Falta vergonha, dignidade, respeito e acima de tudo humanidade. Pra começo de conversa Alagoas não é muito bom de se viver, não. Crise na saúde, crise na educação, crise na segurança e sabe lá Deus mais onde. A gente vive pondo a culpa no governo, na prefeitura, mas quem permite que uns e outros metam as mãos no que é nosso, somos nós mesmos. Eu vejo gente em Paris protestando, morrendo ao lutar por educação e um governo mais justo enquanto a gente vê as coisas passando e não faz nada. Vejo gente lutando por sua religião no oriente médio, algo que eu não concordo, pois matar o próximo por ser de religião diferente é injusto, mas convenhamos, admiro a garra deles, a causa não é nobre, mas a determinação é singular. Eu sinceramente estou fatigado de política, o fato é que usineiro nenhum está preocupado com o futuro de Alagoas, espero que alguém tenha aprendido isso com a linda administração que vimos até hoje, e eu não estou querendo dizer que usineiro não sabe administrar, não, digo que os interesses pessoais parecem prevalecer, principalmente nas vezes em que eu e você fomos assaltados, nas vezes que minha universidade entrou em greve, ou quando os seus professores não foram pagos, sem contar no mês que o salário dos servidores da saúde atrasou enquanto dinheiro pra campanha não faltou, cômico. Eu acho o seguinte: A gente deve cobrar, sim! Cada um tem o seu papel, sua responsabilidade e sua parcela de culpa. Quem fecha os olhos pra o declínio de Alagoas também é culpado, e claro, se os números do Programa Brasil mais Seguro estão 'Ok' mas a cobra continua fumando, digo, a violência continua demasiada crescente, tem algo errado, né? Número contra número eu prefiro acreditar na lógica, na razão: números do Programa Brasil mais Seguro sendo considerados satisfatórios enquanto a gente vive no estado considerado o mais violento é muito cinismo, além de cobrar, se é pra votar, vamos votar com o cérebro, porque cobrar a gente cobra, mas obrigar gente preguiçosa a cumprir suas obrigações ou ensinar a administrar fica difícil, até porque nem eu sei. (Pedro Gustavo)

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  8. Gostei muito da carta direcionada ao governador, era até bom que fosse enviada e ele respondesse pois nem se quer temos ouvido falar nele. Segurança, saúde e educação são o alicerce de qualquer governo, e infelizmente o nosso vem sendo precário a muito tempo.

    A cada dia mais andamos amedrontados, e enjaulados literalmente, qual a casa hoje em dia que não tem grade? Quem é que pode passear na rua a qualquer hora? Chegamos no limite máximo de terror, não podemos pegar um ônibus que assaltam ônibus, se estamos na farmácia roubam a farmácia, se você está no carro, ande com os vidros ou fechados ou semi fechados, pois pode aparecer alguém. A situação está insustentável, com a chegada da força nacional melhorou um pouco a situação, mas além da segurança muitas outras coisas estão aclamando socorro como a saúde, que temos que rezar para não necessitar do SUS, e a educação que em alguns casos faltam até bancas, que é um item básico.

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  9. Achei uma boa ideia uma carta aberta ao Governador de Alagoas, pois nosso estado ainda precisa de muitas melhorias e é preciso que nós mostremos nossa insatisfação com o atual governo. O lamentável título de estado mais violento do Brasil é uma vergonha para Alagoas. Os índices de violência só aumentam e tendem a crescer muito mais se o estado continuar sendo governado da maneira que está. Alagoas sofre com inúmeros problemas, um deles como foi citado na carta aberta é a violência, que vem crescendo cada vez mais, outro que acho de grande importância também citarmos é o descaso na educação. Ainda é preciso uma maior valorização na nossa educação, mais recursos, melhores condições nas escolas, tanto físicas como financeiras. Enfim, não são apenas um ou dois problemas que enfretamos em nosso estado, existem muitos outros e se formos citar todos aqui... (sem comentários). Muitas pessoas ainda têm a mente pequena, se deixam comprar por um sorriso falso em tempos de campanhas políticas. O povo deve agir, pensar bem antes de escolher um governante ou então continuar afundando na lama.

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  10. Achei muito interessante vocês falarem de um tema de extrema realidade, que é a precariedade que vivemos no nosso estado e de direcionar essa carta, ao nosso governador, que até agora não mostrou a que veio, os índices só pioram cada vez mais. Parabéns ao grupo por essa importantíssima carta aberta.

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  11. Esses resultados somente confirmam o fato de sermos o Estado pior gerenciado do país. Faltam gestores profissionais, competentes e éticos. Sobram amadorismo e politicagem.
    Estamos tratando do resultado de uma politica opressora que há séculos dominou nosso estado e se agrava com a ingerência e inercia de administradores que visam apenas o seu próprio bem estar esquecendo que governar representa mais que um simples ato de administrar algo.
    Estamos falando de pessoas seres humanos que direta, ou indiretamente sofrem as consequências de uma administração descompromissada com o social e ético.
    Considerado o pai da administração moderna Dr. Peter Drucker: "não existem estados pobres e ricos. O que há são aqueles que sabem liderar e administrar seus recursos diversos e os que não sabem". No caso de Alagoas, somente haverá solução, quando houver mudança de mentalidade, onde se priorize a educação como a única forma de mudar a mentalidade, abominando de vez a politica assistencialista e coronelista que trata a maioria como massa de manobra de poucos. Ou seja, vontade de realmente mudar, coisa muito difícil por aqui.
    Parabéns ao grupo, o tema da carta é bastante relativo ao problema que a nossa cidade têm sofrido!

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  12. Achei muito válida a ideia de uma carta aberta ao governador de Alagoas, nós alagoanos compartilhamos um sentimento de medo em relação a crescente violência no estado, o descaso é imenso com a população que termina ficando desnorteada o pior de tudo isso é que a violência terminou por se tornar uma coisa comum do nosso dia-a-dia, já é normal ligar o noticiário e ser bombardeado de informações "chocantes" e como foi citado no texto já estamos cansados desse cenário, alguma coisa precisa ser feita por Alagoas. O grupo está de parabéns pela abordagem.

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  13. Muito interessante a carta de vocês...o assunto foi bom e o texto também .É importante lembrar desse “rótulo”, digamos assim ,que Alagoas recebeu. É uma preocupação coletiva, afinal os índices crescem a cada dia. Nosso estado recebeu um título ,e violência não é título de se ter orgulho. Devemos assim pedir que o Governador ,juntamente com seus órgãos competentes ,mostrem meios de mudar esse índice porque sabemos muito bem que não é nada fácil mudar um Estado assim. A população tem que ajudar bastante. Concordo com o grupo ao citar que o Estado deveria promover ações, também gostaria de citar aqui que não só mais polícia na rua resolveria o problema, claro que diminuiria, mas mesmo assim os dependentes químicos não deixariam de usar drogas. Então, ficaria muito feliz se outras politicas para tal assunto fossem criadas, não só no combate ao uso, mas também ao tratamento dos dependentes, sabemos que depois que uma pessoa se torna dependente não é nada fácil sair do mundo das drogas. E é esse o meu apelo, para que o Estado invista melhor em casas de recuperação para dependentes químicos, já que agora o dependente não escolhe se quer ser internado ou não. O grupo citou bem os outros problemas do nosso Estado e estão de parabéns.

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