segunda-feira, 12 de maio de 2014

Longe da informalidade, novos empresários comemoram crescimento nos negócios

Com a ajuda do Portal Facilita Alagoas, empreendedores conseguem mais crédito para investimentos

Abidias Martins – Estudante de Jornalismo da UFAL


A partir de 2010, os alagoanos passaram a contar com os serviços do Portal Facilita Alagoas (facilita.al.gov.br), que foi criado para melhorar a vida daqueles que precisavam formalizar os negócios e conseguir crédito para investir. No Portal, estão disponíveis os serviços de vários órgãos estaduais e municipais, com ferramentas que fazem a integração com os dados cadastrais da Receita Federal. Assim, ficou mais fácil realizar os processos de registro e legalização de empresas e de pessoas jurídicas. E quem antes tinha que perder várias horas, e até dias, indo e vindo de muitos lugares, agora encontra tudo na internet.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Alagoas) é o órgão técnico responsável pelo Portal, que oferece consultoria especializada para tirar todas as dúvidas dos que pretendem iniciar o processo de abertura de uma empresa. A gerente de políticas públicas da instituição, Izabel Vasconcelos, explica que o Portal também oferece outras facilidades, como emissão de certidões e de notas fiscais eletrônicas para os municípios. O ambiente do Portal é todo interativo e autoexplicativo. “É importante que, ao acessar o Portal, o cidadão atente para as informações preliminares, já que no mesmo espaço é possível fazer abertura, alteração ou dar baixa em uma empresa”, destacou a gerente.

A principal vantagem é a de que o próprio cidadão pode acessar o serviço e dar início a regularização da sua empresa. O Portal foi bastante simplificado, justamente para que mais pessoas tivessem acesso. O próprio empreendedor pode efetuar o registro, seja de casa, do escritório ou de uma lan house. Só depois, se o empreendedor quiser, pode solicitar o trabalho de outros profissionais, como os da área contábil, por exemplo. Depois de formalizado, o microempreendedor já consegue abrir contas bancárias de forma mais simples e contrair empréstimos mais baratos. Isto acontece após o recebimento do número de cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ). A partir daí já é possível emitir nota fiscal, além de poder vender produtos para o governo e comprar em distribuidoras.

Com o funcionamento do Portal e a diminuição da burocracia, houve grande elevação no número de empresas formalizadas em Alagoas. Em quatro anos, a plataforma virtual já contabiliza mais de 85 mil atendimentos, entre Micro Empreendedores Individuas, Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte. “O crescimento do número de empresas formalizadas foi bastante significativo nestes quatro anos. Isso é muito bom para a economia. Esperamos expandir estes números, a partir de 2015”, finalizou a gestora.

NOVOS EMPREENDEDORES COMEMORAM AS VANTAGENS DA FORMALIZAÇÃO



Tanta facilidade tem ajudado muitos empreendedores a sair da informalidade. O empresário Thiago Dantas, do setor de corretagem e consultoria imobiliária, sempre quis regularizar sua empresa, mas a burocracia o impedia de levar a ideia à diante. Passou seis meses sem registro, até que conheceu uma contadora que o orientou a procurar os serviços do Sebrae e do Portal Facilita Alagoas. Em pouco tempo, Thiago conseguiu oficializar a abertura da empresa. “Esse serviço facilitou muito a minha vida”, disse o empresário.

O retorno e vantagens foram imediatos. Depois da formalização, Thiago percebeu que conquistou mais credibilidade no mercado de negócios imobiliários. “Quando você vai fazer uma negociação e apresenta o CNPJ da empresa, com uma sede fixa as pessoas ficam mais confiantes para fechar os contratos”, ressaltou o empreendedor.

Agora, com tudo em ordem e podendo emitir nota fiscal, o objetivo é abrir uma filial em Recife. “O setor imobiliário é uma área em expansão. Por isso quero acompanhar as oportunidades que o mercado oferece. Recife é minha próxima meta”, disse bastante confiante.

“Com os empréstimos adquiridos foi possível diversificar e ampliar a quantidade de mercadorias. Agora tenho mais clientes e as vendas aumentaram muito”. O relato é da empresária Ivanilda Silva, ou Vânia, como é mais conhecida, outra empreendedora que se deu bem depois que saiu da informalidade. Foram cinco longos anos sem ter um crescimento significativo nos negócios. Antes, vendia apenas como ambulante. Agora, tem uma loja de roupas e calçados. O registro de Micro Empreendedor Individual (MEI) fez com que ela conseguisse mais crédito bancário.

E os benefícios não param por aí. A troca do carro foi outra aquisição importante, já que ela e o esposo, Valdeci Pedro, viajam pelo menos duas vezes por mês para Caruaru, no estado de Pernambuco, para comprar mercadorias. “O carro antigo já apresentava alguns defeitos. Por isso, a gente corria muitos riscos nas estradas. Agora, com o carro novo, me sinto mais segura”, disse com convicção.

Para completar a fase positiva, a empresária recebeu as chaves do apartamento que financiou há quase dois anos. Uma conquista que tem reflexos na nova fase dos negócios. Além de investir ainda mais na empresa de confecções, Ivanilda faz planos para a nova moradia. “Minha meta agora é mobiliar o apartamento e deixar de pagar aluguel. Sempre esperei por esse momento”, finalizou orgulhosa.


PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES MOVIMENTA A ECONOMIA

Outro fator que também contribui para elevação da economia no país é a participação das mulheres no mundo dos negócios, como é o caso de Ivanilda Silva, que além de empreendedora é dona de casa. 

O público feminino representa 46% do total de Microempreendedores individuais (MEI) do Brasil. Os números são do diagnóstico do Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, desenvolvido pelo Sebrae e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na última década, o empreendedorismo feminino cresceu 21,4%, contra apenas 9,8% entre os homens empreendedores. 

Com cerca de 42% de empregos gerados, principalmente com a venda de roupas e calçados, o comércio é o setor em que as mulheres mais empregam em seguida vêm os Serviços e a Indústria. Ainda de acordo com o diagnóstico, em Alagoas, 87 mil mulheres estavam empregadoras ou trabalhavam por conta própria, em 2011.



LINHAS DE CRÉDITO FAVORECEM 2,7 MILHÕES DE EMPREENDEDORES

Dados repassados pelo Sebrae apontam que, em 2012, o Brasil foi o primeiro do mundo na relação entre o número de habitantes e a quantidade de micro e pequenos empreendedores (MPEs). Em 2013, a receita deste setor teve a média de R$ 568,1 bilhões.

Também em 2013, o Brasil registrou a formalização de 2.747.426 microempreendedores individuais (MEIs), segundo o Boletim Radar 25 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo revelou, ainda, que 7% dos beneficiários do Programa Bolsa Família também são microempreendedores individuais. A região Nordeste aparece em primeiro lugar, com 41% do total; no Sudeste são 32%; Norte e Sul, 10% e o Centro-Oeste com 8%. Entre os estados, as maiores porcentagem estão em Roraima e Alagoas, com 16%. O Maranhão aparece com 15%. Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí concentram 14% de microempreendedores individuais inscritos no Bolsa Família.

No Brasil, o crédito e microcrédito garantem que a economia cresça e gere renda e lucro para mais brasileiros. Para os microempreendedores, esses benefícios funcionam como capital de giro. Como o valor dos empréstimos geralmente é baixo, os beneficiários conseguem pagar as parcelas com tranquilidade. Os programas de microcréditos mais conhecidos são o CrediAmigo, o maior em termos produtivos da América do Sul e os Bancos do Povo, que contribui para o desenvolvimento e sustentabilidade do país.

Confira abaixo o número de clientes e de valores repassados pelo CrediAmigo, em 12 estados brasileiros, em 2013.



Nenhum comentário:

Postar um comentário