Com a ajuda do Portal
Facilita Alagoas, empreendedores conseguem mais crédito para investimentos
Abidias
Martins – Estudante de Jornalismo da UFAL
A
partir de 2010, os alagoanos passaram a contar com os serviços do Portal Facilita
Alagoas (facilita.al.gov.br), que foi criado para melhorar a vida daqueles que precisavam
formalizar os negócios e conseguir crédito para investir. No Portal, estão
disponíveis os serviços de vários órgãos estaduais e municipais, com
ferramentas que fazem a integração com os dados cadastrais da Receita Federal.
Assim, ficou mais fácil realizar os processos de registro e legalização de
empresas e de pessoas jurídicas. E quem antes tinha que perder várias horas, e
até dias, indo e vindo de muitos lugares, agora encontra tudo na internet.

A principal vantagem é a de
que o próprio cidadão pode acessar o serviço e dar início a regularização da
sua empresa. O Portal foi bastante simplificado, justamente para que mais
pessoas tivessem acesso. O próprio empreendedor pode efetuar o registro, seja
de casa, do escritório ou de uma lan house. Só depois, se o empreendedor quiser,
pode solicitar o trabalho de outros profissionais, como os da área contábil, por
exemplo. Depois de formalizado, o microempreendedor já consegue abrir contas
bancárias de forma mais simples e contrair empréstimos mais baratos. Isto
acontece após o recebimento do número de cadastro nacional de pessoa jurídica
(CNPJ). A partir daí já é possível emitir nota fiscal, além de poder vender produtos
para o governo e comprar em distribuidoras.
Com o funcionamento do Portal e a diminuição da burocracia, houve grande elevação no número de empresas formalizadas em Alagoas. Em quatro anos, a plataforma virtual já contabiliza mais de 85 mil atendimentos, entre Micro Empreendedores Individuas, Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte. “O crescimento do número de empresas formalizadas foi bastante significativo nestes quatro anos. Isso é muito bom para a economia. Esperamos expandir estes números, a partir de 2015”, finalizou a gestora.
Tanta facilidade tem ajudado muitos
empreendedores a sair da informalidade. O empresário Thiago Dantas, do setor de
corretagem e consultoria imobiliária, sempre quis regularizar sua empresa, mas
a burocracia o impedia de levar a ideia à diante. Passou seis meses sem
registro, até que conheceu uma contadora que o orientou a procurar os serviços
do Sebrae e do Portal Facilita Alagoas. Em pouco tempo, Thiago conseguiu
oficializar a abertura da empresa. “Esse serviço facilitou muito a minha vida”,
disse o empresário.

Agora,
com tudo em ordem e podendo emitir nota fiscal, o objetivo é abrir uma filial
em Recife. “O setor imobiliário é uma área em expansão. Por isso quero
acompanhar as oportunidades que o mercado oferece. Recife é minha próxima meta”,
disse bastante confiante.
“Com os
empréstimos adquiridos foi possível diversificar e ampliar a quantidade de
mercadorias. Agora tenho mais clientes e as vendas aumentaram muito”. O relato
é da empresária Ivanilda Silva, ou Vânia, como é mais conhecida, outra
empreendedora que se deu bem depois que saiu da informalidade. Foram cinco
longos anos sem ter um crescimento significativo nos negócios. Antes, vendia apenas
como ambulante. Agora, tem uma loja de roupas e calçados. O registro de Micro
Empreendedor Individual (MEI) fez com que ela conseguisse mais crédito
bancário.
E os
benefícios não param por aí. A troca do carro foi outra aquisição importante,
já que ela e o esposo, Valdeci Pedro, viajam pelo menos duas vezes por mês para
Caruaru, no estado de Pernambuco, para comprar mercadorias. “O carro antigo já
apresentava alguns defeitos. Por isso, a gente corria muitos riscos nas estradas.
Agora, com o carro novo, me sinto mais segura”, disse com convicção.

PARTICIPAÇÃO
DAS MULHERES MOVIMENTA A ECONOMIA
Outro fator que também
contribui para elevação da economia no país é a participação das mulheres no
mundo dos negócios, como é o caso de Ivanilda Silva, que além de empreendedora
é dona de casa.
O público feminino representa
46% do total de Microempreendedores individuais (MEI) do Brasil. Os números são
do diagnóstico do Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro
e Pequenas Empresas, desenvolvido pelo Sebrae e pelo Departamento Intersindical
de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na última década, o empreendedorismo feminino cresceu 21,4%, contra apenas 9,8% entre os homens empreendedores.
Com cerca de 42% de empregos
gerados, principalmente com a venda de roupas e calçados, o comércio é o setor
em que as mulheres mais empregam em seguida vêm os Serviços e a Indústria. Ainda de acordo com o diagnóstico, em Alagoas, 87 mil mulheres estavam empregadoras ou trabalhavam por conta própria, em 2011.
LINHAS
DE CRÉDITO FAVORECEM 2,7 MILHÕES DE EMPREENDEDORES
Dados repassados pelo Sebrae apontam que, em 2012, o Brasil foi o primeiro do mundo na relação entre o
número de habitantes e a quantidade de micro e pequenos empreendedores (MPEs). Em
2013, a receita deste setor teve a média de R$ 568,1 bilhões.
Também em 2013, o Brasil registrou a formalização de 2.747.426 microempreendedores individuais (MEIs), segundo o Boletim Radar 25 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo revelou, ainda, que 7% dos beneficiários do Programa Bolsa Família também são microempreendedores individuais. A região Nordeste aparece em primeiro lugar, com 41% do total; no Sudeste são 32%; Norte e Sul, 10% e o Centro-Oeste com 8%. Entre os estados, as maiores porcentagem estão em Roraima e Alagoas, com 16%. O Maranhão aparece com 15%. Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí concentram 14% de microempreendedores individuais inscritos no Bolsa Família.
No Brasil, o crédito e
microcrédito garantem que a economia cresça e gere renda e lucro para mais
brasileiros. Para os microempreendedores, esses benefícios funcionam como capital
de giro. Como o valor dos empréstimos geralmente é baixo, os beneficiários conseguem
pagar as parcelas com tranquilidade. Os programas de microcréditos mais
conhecidos são o CrediAmigo, o maior em termos produtivos da América do Sul e
os Bancos do Povo, que contribui para o desenvolvimento e sustentabilidade do
país.
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